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Oi Luiza de 21 anos!
Aqui quem fala é você com 26.
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Estamos no começo de 2017 e eu queria te contar um pouco a respeito do último ano que passou e dos anos anteriores (ou a respeito dos seus próximos anos, olhando do seu ponto de vista).
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Pra te tranquilizar: sabe esses planos que você está fazendo exatamente agora para os seus próximos cinco anos? Você chegou lá! No começo de 2016 eu estava exatamente onde você, do alto dos seus 21 anos recém-formados da universidade e recém-casados com o amor da sua vida, sonharia estar no futuro. Você se tornou uma dessas profissionais que você admira, conseguiu atingir todas as metas ambiciosas que colocou para si mesma, está cada dia mais bem-casada com seu melhor amigo e tem um filho lindo e saudável. Em resumo, os próximos anos que estão por vir pra você vão ser ainda melhores do que você imaginou. As peças que a vida lhe dará encaixarão perfeitamente no cenário que você projetou para a primeira metade dos seus 20 e poucos anos. Deus é bom demais!
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Mas o que você ainda não terá vivenciado e vai descobrir só ao longo desse último ano que passou é que às vezes a vida não quer ser sempre tão generosa com seus planos e também te prega peças, saindo do script que você tinha escrito.
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Você tá sentada? Deixa eu te contar sobre 2016: ele não lhe trouxe a sensação de dever cumprido como os anos que o precederam, você não conseguiu riscar os itens da sua lista de metas (na verdade, você nem conseguiu ter meta qualquer para esse ano).
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2016 está mais para um tsunami que revirou tudo o que você tinha por certo e deixou tudo fora do lugar. 2016 te reservou o medo de perder seu filho tão precioso que convulsionava na sua frente, não uma mas três vezes ao longo do ano. 2016 te reservou decepções com aquilo que você batalhou tanto pra construir profissionalmente. 2016 te reservou poucas noites inteiras de sono e poucas formas de se alimentar para conseguir continuar amamentando seu filho alérgico. 2016 te levou aos seus limites físicos e emocionais.
2016 te ensinou que todos esses planos e metas que você gosta tanto de traçar são menos importante do que a capacidade de se adaptar e ser resiliente. Esse foi o ano em que você percebeu que, quando o bicho pegou, nada do que você tinha se orgulhado tanto de ter conquistado até aqui – saúde, casamento, filhos, amigos, carreira, dinheiro –  e que antes te davam tanta segurança, conseguiam suprimir a angústia do seu coração.
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2016 foi o ano em que você perdeu o controle, aprendeu a pedir ajuda e a depender dos outros (logo você, sempre tão orgulhosa e auto-suficiente) e descobriu quão maravilhosamente leve pode ser viver sem precisar controlar tudo e todos. Esse ano você mergulhou tão fundo nas sombras da sua alma que quase não conseguiu manter sua cabeça por sobre as águas, mas nenhum dos seus monstros interiores se mostrou maior do que o seu Deus e Ele continuou sendo bom, mesmo quando essa bondade veio camuflada em meio a dor.
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Eu queria poder te dar dicas pra que você não tenha que passar por tudo o que eu passei nesse último ano, mas isso significaria te privar de um dos melhores anos da sua vida. É isso mesmo que você leu… esse foi o melhor ano da sua vida até agora. Não melhor no sentido de mais alegre, confortável e tranquilo, mas no sentido de aquilo que lhe fez verdadeiramente bem, te fez encarar o que importa de verdade na vida, aprofundou sua alma, repriorizou seus valores e moldou uma melhor versão de você.
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Por isso, Luiza de 21 anos, nesse começo do seu novo ano, não te desejo paz, nem saúde, nem sucesso, muito menos dinheiro. Tudo isso virá como fruto da sua dedicação, bom trabalho e da graça de Deus para com a sua vida, mas não te sustentará nos dias difíceis. O que eu desejo mesmo é que você não compre essa ideia de que a sua felicidade está em qualquer coisa que esteja lhe faltando e que você precise correr atrás. Desejo que você não gaste seu tempo e energia tentando provar seu valor para ninguém através de qualquer coisa que você possa realizar. Tudo que você deseja, no fundo, é se sentir verdadeiramente amada. Toda a sua busca incessante é por alguém ou algo que te conheça no seu mais íntimo e, ainda assim, diga que você tem valor. E nada – nem sua família, nem seus amigos, nem seu marido, nem seu filho, nem qualquer sucesso profissional, nem todo o dinheiro e poder do mundo – por melhores que sejam, serão capazes de preencher esse vazio no seu coração. Por que nada disso, mesmo que somados e multiplicados, equivalem a uma gota do oceano de amor de Deus por você.
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Tudo o que você precisa para se satisfazer plenamente já lhe foi dado, naquela cruz e naquele túmulo vazios. Sua vida tem valor inestimável e está sendo cuidada por Alguém que te ama ao ponto de morrer por você. Isso já é motivo para uma vida inteira de gratidão e esperança, mesmo que nessa vida você passe por tantos outros anos como esse que eu passei. Mesmo que a vida te surpreenda com enfermidade, falta de dinheiro, falta de reconhecimento, violência, injustiça, morte. Mesmo que nada na sua vida “dê certo”, você pode ser feliz! Pois, assim como nem mesmo as melhores coisas da vida podem se comparar ao amor dEle por você, nenhuma das piores coisas da vida pode te levar para longe desse amor também.
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Portanto, nesse novo ano, o que eu te desejo é: fé nesse Deus fiel, soberano, inabalável e bom, mesmo quando a vida não estiver lhe parecendo tão abençoada e boa; esperança de que dias melhores sempre virão, mesmo que não venham nessa vida e a profunda consciência de que você é amada e capaz de amar os que estão ao seu redor, mesmo quando estiver se sentindo fraca e impotente.
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Que o Deus que fez tudo e fará tudo novo, te quebre e refaça quantas vezes forem necessárias ao longo de cada novo ano,  te impedindo de acreditar e confiar em qualquer ilusão, aprofundando sua existência, te guiando rumo a maturidade e inundando cada canto da sua vida com amor e graça até que você se encontre cada ano mais leve, livre e transbordando vida verdadeira e eterna.
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Se cuida,
Luiza